O que a Sagrada Escritura quer dizer com escravos?
O que a Sagrada Escritura quer dizer com escravos?
"Se Deus é tão bom, por quê a bíblia menciona tanto os escravos sendo que isso é algo tão cruel?"
Na Sagrada Escritura, iremos encontrar em diversas
passagens, principalmente no antigo testamento, a palavra “escravo”, e de como
eles se comportam, ou como deveriam se comportar. São muitas passagens
realmente, não há necessidade de citar todas aqui.
A princípio, aos olhos dos descrentes, isso soa como um
absurdo! “oh, o Deus bíblico é favorável à escravidão... se ele fosse tão bom
não seria assim”, “como pode um Deus que se diz bondoso, ser favorável a essa
prática terrível?” e por aí vai. Mas é necessário que tenhamos em mente uma
coisa; hoje em dia, graças ao politicamente
correto, ao dizer a palavra “escravo”, automaticamente nossa mente já nos
leva a pensar em pessoas negras – somente – sendo judiadas e fazendo trabalhos
forçados sem receber qualquer salário (como de fato já ocorreu no mundo, mas
que não tem absolutamente nada a ver com o conceito “escravo” da sagrada
escritura). Nossa sociedade não sabe mais o que é o conceito de um escravo. “Se
nós não entendermos o que é um escravo,
também não entenderemos o que é um Senhor. " – Pe. Paulo Ricardo.
Originalmente, no evangelho de São Lucas, escrito em grego, a palavra usada por Maria é δούλος (Doúlos), que quer dizer escravo. “Eis a escrava do senhor”, no entanto, se formos olhar na maioria de
nossas traduções católicas, a palavra “escrava” foi substituída por “serva”. Por quê?
Nós temos um conceito de escravo marcado pelo que aconteceu
aqui no Brasil, com a campanha antiescravagista, e claro, a abolição da
escravatura foi um ato político importantíssimo e maravilhoso para o nosso país,
não tenhamos dúvida disto, mas, colocar a escravidão da época de jesus (ou
antes), debaixo dessa luz, distorce tudo. Como era a escravidão na época de Jesus?
Os escravos, quando tinham bons mestres, bons senhores,
muitas vezes, eles tinham vida superior à dos homens livres. Isso pode parecer
escandaloso para nós, mas é a grande realidade. A vida social do escravo
dependia muito do seu senhor. Alguns senhores, eram tão bons e misericordiosos,
que promoviam seus escravos, de tal forma que, os escravos eram por exemplo,
letrados, eram pessoas que tinham uma altíssima formação, e as vezes tinham uma
formação intelectual maior que a de seu próprio senhor. Se o mestre fosse bom,
o escravo tinha uma vida boa e assegurada.
Hoje em dia, no século 21, existe a lei trabalhista, para
lhe assegurar caso você sofra um acidente de trabalho, ou, seja mandado embora,
recebendo seguro desemprego, etc. Na época de Jesus, não havia nada disso.
Vamos citar um exemplo de um homem livre: São José, carpinteiro, uma vez
envelhecido, se ele não pudesse mais trabalhar, ou essa pessoa guardou dinheiro
durante toda a vida, – coisa que não era
fácil, já que não havia práticas de “economia” ou “planejamento financeiro”
naquele tempo, era somente sobreviver – ou, na velhice, estava fadado a pedir
esmolas. Então, às vezes, ser escravo, era a melhor alternativa que as pessoas
encontravam, e ser escravo, não era tão ruim assim, mas claro, se você tivesse
um senhor mau, a situação era terrível. Mas vamos nos lembrar que, na época de
Jesus, a sociedade foi marcada pela palavra de Deus, e marcada pelos
princípios e valores do antigo testamento, eram pessoas que acreditavam que a
palavra de Deus trazia luz para eles. Não estamos falando de uma sociedade
pagã, como os romanos e os gregos.
De escravos do Faraó, à escravos de Deus
Desde o antigo testamento, as pessoas se definem como
escravos de Deus, porque a experiência do povo de Israel é de ter sido escravos
no Egito, e ter sido “redimido” por Deus.
Ao se definirem como escravos do Senhor, eles tinham plena convicção de
que não eram donos de si mesmos, que eles não “pertenciam” a si mesmos, e que
Deus era seu dono.
É interessante notar uma coisa: a partir do momento em que
nós nos colocamos como escravo para servir o Nosso Senhor, ali, nós descobrimos
que somos mais livres do que antes. Servir a Deus é reinar. Antes escravo do
Senhor, do que escravo do pecado. Usemos o exemplo do filho pródigo, que quis
sua liberdade, mas, terminou pior que os animais mais impuros, não podendo nem
comer a comida dos porcos, e no fim, ele cai em si e diz “vou voltar para a
casa do meu pai” Cf. Lc 15:11-32.
Satanás desde o princípio, já com suas mentiras, disse a
Adão e Eva que se desobedecessem ao Senhor, seriam como deuses. Mas essa
desobediência, resultou em tudo aquilo que já sabemos. Nós somos escravos do
AMOR. Faça a vontade de Deus, não queira seus caprichos, suas vaidades. Fazendo
a vontade de Deus, descobriremos a verdadeira liberdade.
Consagração à Virgem Maria
Quando, na oração de consagração a Nossa Senhora, dizemos “ó,
minha senhora, e também, ó minha mãe, eu me ofereço inteiramente, todo a vós”, estamos
nos entregando à Virgem Na certeza de que com isso, daremos uma espécie de “Rasteira”
em Satanás, já que ela tem inimizade com a serpente (Gn 3:15 / Ap12), e temos a
garantia de que ela nos entregará completamente ao seu filho.
É necessário que nos entreguemos por completo à Maria, para irmos por completo até Jesus, fonte única de salvação verdadeira. Devemos ser escravos desse amor, pois esta escravidão do amor, na verdade, nos torna livres.
É necessário que nos entreguemos por completo à Maria, para irmos por completo até Jesus, fonte única de salvação verdadeira. Devemos ser escravos desse amor, pois esta escravidão do amor, na verdade, nos torna livres.
Todo este texto foi baseado na aula do Padre Paulo Ricardo de Azevedo.
Link do vídeo para um maior detalhamento do tema: https://www.youtube.com/watch?v=AwgHxLIX1ZU&t=1108s
Deus abençoe.
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